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Revista de primavera nº 196

março 2012
€4,00

N.º 196, série II - primavera 2012

editorial

004. Mais e melhor educação, mais e melhor democracia
Isabel Baptista

006. La educación de la mujer en las republicas ibéricas Lo que se evidencia en los estudios sobre las propuestas y realizaciones escolares y culturales de las repúblicas es que son etapas cargadas de sueños y esperanzas.
José Hernández Díaz

008. JOÃO FORMOSINHO

“A lógica das reformas políticas é um bocadinho a lógica do pêndulo. O pêndulo está muito na linha de uma linguagem mais aberta, se quisermos, construtivista. E depois há reformas numa linguagem em que se acentuam mais a transmissão, os conteúdos. Mas eu não me impressiono muito com a retórica, ela vale o que vale. Não é a retórica que ensina nas escolas…

E mais, nós temos a experiência de reformas retóricas muito construtivistas e que, na prática, porque a organização pedagógica se manteve, foram muito semelhantes. Houve experiências diferentes? Houve, mas a grande maioria não foi. Eu percebo perfeitamente que se deva discutir o currículo, mas o cerne da questão para mudar a Escola não está nestas discussões curriculares”.

019. REVISÃO DA ESTRUTURA CURRICULAR

A proposta-base esteve em consulta pública durante cerca de um mês e meio. Terminou em janeiro, mas as ideias estão aí e continuam a merecer a atenção de muitos. É nesta perspetiva que aqui trazemos as principais propostas do MEC, alguns pareceres institucionais e dois artigos de colaboradores regulares.
Ministério da Educação e Ciência (propostas)

029. Associação Portuguesa de Sociologia (carta-aberta)

030. O cratês em discurso directo. A ideologia e a proposta política Performatividade, back to basic, dualização e estratificação do sistema, liberalização e privatização são palavras expressivas que condensam o essencial da ideologia cratiana. A “modernidade” do pensamento de Crato tem, na verdade, 30 anos de experiência (trágica) na história comparada da educação…
Manuel Jacinto Sarmento

034. Nos 20 anos da PÁGINA, uma nova coleção

“Reinventar os Sistemas Educativos” e “El Árbol de la Democracia” são os dois primeiros volumes (já editados) da Coleção a Página, que a Profedições começou a publicar no final do ano passado.

036. A Escola da Ponte como objeto de debate educativo

Não deixa de ser interessante revisitar a Escola da Ponte como objeto de reflexão, mesmo que não seja tanto a escola que nos interesse discutir, mas o modo como se constrói o conhecimento que julgamos possuir sobre ela.
Ariana Cosme e Rui Trindade

038. Sete pilares.

O que resta para a Escola ensinar? – perguntou a minha amiga Ely. E logo me vieram à mente os quatro pilares do relatório da UNESCO. Os jovens terão aprendido a conhecer, a fazer, a ser e a conviver?
José Pacheco

040. Ensino profissional em Portugal: sem pai nem mãe?

Muitos dos cursos profissionais seriam engrandecidos se fossem os proprietários das empresas locais a ir à escola dar a sua opinião sobre o que entendem que seria bom que fosse feito.
José Rafael Tormenta

042. Educação de adultos à deriva

O que está em cima da mesa não é um esforço de identificação e correção de problemas existentes, mas a decisão política de asfixiar e paralisar a educação de adultos e a quase totalidade dos CNO.
Teresa Medina

044. Projetos de vida de idosos e envelhecimento ativo

A intervenção com os mais velhos merece ser pensada num contexto de (trans)formações, ou melhor, de (re)construção da(s) identidade(s) auto e heteroconstruídas.
Dénis Conceição

046. Os estudantes e de agora

Devia ser proibido culpar os estudantes por não se comportarem de acordo com a representação que os professores têm de si quando alunos.
David Rodrigues

048. Pedaços de vidas

Quem trabalha com pessoas não revoga a diferenciação nem decreta o ensino homogéneo, porque sabe que isso é uma fantasia impossível, baseada em crenças.
Pascal Paulus

050. Os valores humanos em mosaicos de crianças

O Mosaico de Valores é um projeto em desenvolvimento entre as turmas de jardim infantil e do 1º Ciclo do Ensino Básico do Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas, no Porto.
Raquel Patriarca

052. Presos ao powerpoint

O powerpoint instalou-se no mundo universitário. É hoje omnipresente em quase todas as actividades escolares. Tornou-se no suporte didáctico, por excelência, de professores e estudantes.
Luís Souta

054. O CAMINHO DE VOLTA À SALA DE AULA

Das energias renováveis às telecomunicações e à filosofia da tecnologia, da FEUP à FLUP, passando pelo ISEP, três jovens investigadores falam das dificuldades de ser bolseiro, das questões burocráticas e de um sonho em comum: que um dia o ensino passe por eles, que tenham “a oportunidade de voltar a partilhar experiências dentro de uma sala de aula”.
João Pereira

060. A Educação para os Media como via de leitura crítica do mundo atual

A aposta da EpM é na formação de cidadãos críticos, com capacidade de selecionar, criticar e avaliar os media e os conteúdos difundidos.
Sara Pereira

062. A(c)tados às regras das corporações internacionais

Estamos perante mecanismos de controlo de comunicações e transações, bem como da invasão da privacidade dos cidadãos, a pretexto da defesa dos direitos de autor e patentes.
Catarina Martins

064. Holocausto(s)

O planeta assistiu ao holocausto, essa matança de gente inocente, de tipos diversos, com reações também diversas perante o que se passava.
Carlos Mota

066. A esperança como tragédia: Obama e a audácia da crueldade

Apenas a ingenuidade leva a não aceitar que os EUA fossilizaram politicamente entre dois partidos de direita; só a inocência descobre diferenças substantivas entre Republicanos e Democratas. No entanto, com Obama deu-se o esclarecimento de muitas questões.
João Paraskeva

069. A crise do capitalismo e os seus responsáveis

Aqueles que geraram a crise financeira continuam a deter os meios de definir o modo como ela evolui e como deve ser ultrapassada, garantindo a manutenção dos seus interesses e privilégios.
Manuel António Silva

070. QUANDO O DESEMPREGO BATE À PORTA

Os últimos meses foram mais complicados do que o habitual para a Cláudia, o João e a Mónica – três cidadãos que, à semelhança de muitos portugueses, ficaram recentemente sem emprego. Têm formação, têm competências nas respetivas áreas, têm experiência, mas isso não foi suficiente para segurarem os seus lugares. A crise e a deslocalização, entre outros fatores, levaram-nos para o desemprego. À PÁGINA, contaram as suas histórias – esperança e persistência são as palavras-de-ordem.
Reportagem de Maria João Leite e Teresa Couto

074. La necesaria reivindicación de la educación como una práctica social libertadora

La educación de la ciudadanía tiene un valor incalculable para quebrar los círculos perversos de la pobreza y la exclusión social, del desempleo, la opresión o del sometimiento a la indecencia de los especuladores.
José Caride Gómez

076. A POSSIBILIDADE DO IMPENSÁVEL
Portefólio de João Paulo Coutinho

086. El éxito como ley La filosofía de la competitividad tiene mucho que ver con la injusticia, con la superficialidad, con el engaño y las apariencias.
Miguel Santos Guerra

088. Para uma cultura de competição

Como conciliar o equilíbrio do dualismo cartesiano do mens sana com o desequilíbrio dos excessos do citius, altius, fortius do desporto popular e do Homem social que se expressava no desporto?
Gustavo Pires

090. A vida simples na sociedade contemporânea: o quotidiano, o autor e a obra

O quotidiano é também produto do modo de produção e nele se entrecruzam o tempo cíclico e o tempo linear, modalidades demarcadoras do ritmo dos processos sociais, da sua historicidade.
Ivonaldo Leite

092. TERESA LAGO

“Uma das coisas que temos de alterar – se quisermos de facto, e vamos com certeza passar esta crise –, é aceitar a avaliação e a consequência da avaliação em tudo, em todo o tipo de serviços. Nós temos serviços excelentes nas mais diversas áreas, públicos e privados, e temos serviços péssimos, públicos e privados. Portanto temos é de ter condições para poder premiar uns e de até fechar outros, que são meros engodos… Enquanto não fizermos isso, enquanto não formos seletivos e exigentes…

E para isso é preciso que toda a gente participe como cidadão e que critique e elogie, para que as direções saibam, que sabem com certeza do que têm de bom e de mal. Temos de participar nessa exigência de qualidade. Nisso acredito.”

099. Texto e jogo teatral

Análise de uma experiência pedagógica de jogo teatral com textos narrativos realizada com jovens de uma favela do Rio de Janeiro.
António Veríssimo Júnior

100. Entre Viriato e Big Brother

Barry Hatton não se limitou a recolher os contributos teóricos de consagrados especialistas. Precisou de 20 anos de estudo e observação para conhecer a terra e as gentes com que se fez e faz Portugal.
Leonel Cosme

102. Os portugueses que odeiam a língua portuguesa

Os poderosos não inventam novas palavras e expressões na língua portuguesa, muito menos palavras e expressões úteis. Para tanto, precisariam de apreciar e conhecer bem a língua portuguesa. Mas conhecem-na mal e, pior ainda, odeiam-na.
José Catarino Soares

104. O “monstro” engoliu o criador

A esmagadora maioria dos clubes e associações madeirenses, dependentes do financiamento público, estão em colapso face aos atrasos nas transferências acordadas. Era natural que assim acontecesse.
André Escórcio

106. Património da Humanidade: depois do fado, o cante?

A candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade vai ser apresentada no final de março à UNESCO.

108. Polémicas à volta do 3D

Bernardo Bertolucci disse que tinha visto Avatar e que “adorou”, referindo o que seria se 8½ (Fellini) e Personna (Bergman) tivessem sido em 3D.
Paulo Teixeira de Sousa

110. TEATRO VIVO, COM ALMA

Passaram quase 40 anos desde que “Musicalim na Praça dos Brinquedos” estreou nos Modestos. Depois a peça saiu em itinerância por vários locais do Porto e do país, num total de 57 espectáculos vistos por 27 mil espectadores. São quase 40 os anos desta companhia de teatro cuja alma se entrega a desafios, lutas e projectos que a tornam uma referência na cidade e no país. É seiva porque nasce, é trupe porque se move.
Reportagem de Maria João Leite e Teresa Couto

114. Chaves acolhe Educadores pela Paz

Com o apoio da PÁGINA, o XXVI Encontro Galego-Português de Educadores pela Paz vai decorrer em Chaves (27, 28 e 29 de abril).

116.Alunos com diabetes tipo 1

Crianças/jovens adquirem progressivamente autonomia na gestão da doença e não têm qualquer impedimento à participação em todas as atividades escolares, devendo ter uma integração completa na vida normal da escola.
Nuno Pereira de Sousa

118. Comunicar saúde a partir da escola

Despertar o interesse dos alunos para crescerem na comunicação da alimentação saudável é um momento de crise. É tempo de esta comunicação entrar na infância e na adolescência.
Débora Cláudio

124. Condições para que a paisagem aconteça e permaneça”.
João Pereira

119. Departamento de Conteúdos Científicos do Visionarium

120. À conquista do fundo dos oceanos

Está em curso o alargamento das plataformas continentais reclamadas por países costeiros. Portugal reclama mais dois milhões de km2 de fundo oceânico.
Rui Namorado Rosa

122. Castanheiros

Para mim, a escola é um lugar estranho, onde sucedem coisas que nem sempre percebemos.
Angelina Carvalho

 

Um parque, dois mundos

“Em qualquer caso, é a sensação de segurança, de conforto, e o continente acolhedor que criam as CAPA Sem título, 1987 Natural de Grijó (V.N. Gaia), RUI ANAHORY viveu parte da infância e da adolescência na Póvoa de Varzim. Trabalhou em artes gráficas e na criação têxtil. Concluída a formação em Escultura na (então) Escola Superior de Belas-Artes do Porto, foi professor nos ensinos Secundário, Profissional e Superior.

Participou na primeira exposição coletiva em 1967 e realizou a primeira mostra individual em 1980, na Cooperativa Árvore (Porto). Está representado em coleções particulares, instituições privadas e públicas e em vários espaços públicos, designadamente, na Póvoa de Varzim, em Esmoriz e Bragança.

Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros. Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes. Mia Couto [em “Vozes Anoitecidas’’, 1987]