A emergência do tempo escolar exigiu que no tempo da infância fosse aberto um novo espaço de acção. Consoante a situação social familiar, ele foi subtraído ao tempo do divertimento e a alegria ou ao tempo laboral a que a criança já era constrangida na prestação de um contributo quase invisível à economia familiar. Lá dizia o ditado que o trabalho do menino era pouco mas era louco quem não o levasse em conta. Esse tempo da escola sofreu o influxo dos vários contextos históricos em que veio a inscrever-se. Foi tempo de severidade e de sacrifício ou, pelo contrário, tempo libertador em que a criança, na sua nova condição de aluno, se reviu numa situação feliz rumo ao saber da descoberta. O presente volume tem a ambição de contribuir para uma leitura crítica de formas várias do tempo escolar. Vozes do Brasil, de Portugal e de Espanha, honrando os organizadores com o valor excepcional das suas colaborações, juntaram-se na reflexão comum e diversa sobre as variações da existência temporal da escola e da experiência do tempo na vivência da sala de aula.